sexta-feira, 12 de setembro de 2008

tem que ser assim

"Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinqüenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher."

Trecho do livro Carta a D., de André Gorz.
É lindo, você lê e chora. Coisa rara que não se encontra mais por aí, é o amor. Dizem que a gente não precisa procurar, ele nos encontra. To esperando, em meio a cigarros, cervejas e risos - nem falsos nem sinceros, só porque não têm motivo nenhum pra ser.

"Foi por amor que depois de quase 60 anos de casamento, o escritor e filósofo austríaco, radicado na França, André Gorz, resolveu aplicar uma injeção letal em si próprio e em Dorine, sua esposa, que descobriu-se portadora de uma doença degenerativa, a aracnoidite. E foi também por amor que André escreveu seu último livro, Carta a D., um elogio a um sentimento tão pouco comum em tempos de amores com prazo de validade. O casal foi encontrado dois dias depois do suicídio, em sua casa, abraçados na cama. E o calhamaço, escrito dois anos antes, entre os papéis do escritor. Apesar de trágico, o suicídio é bem positivo. No sentido de que André, aos 84 anos, simplesmente não queria começar uma nova vida sem Dorine. “Você é o essencial sem o qual todo o resto, importante apenas porque você existe, perderá o sentido e a importância”, ele escreve."

Tirei daqui: http://adm.revistatpm.com.br/conteudo.php?cat_id=156&materia_id=1637

beijos, me liga!


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