sexta-feira, 25 de abril de 2008

Eu desisto!

A vontade é ligar pra minha mãe e dizer:
- Mãe, cansei, não dá mais, D-E-S-I-S-T-O. Pode pensar o que quiser, mas eu não aguento, sou fraca, perdedora, mas tudo que eu quero agora é minha cama quentinha em Guarapuava, podendo acordar 10h, levando uma vidinha medíocre e acomodada.
Não é isso que todo mundo quer da vida? Eu também posso querer.
Acordar cedo, trabalhar o dia inteiro, uma hora pro almoço, assistir jornais, ler jornais, pautar nos momentos "mais tranquilos", matar trabalho pra fazer reportagens, me matar pra ler livros e não conseguir me concentrar em uma página já escrita, quando eu ainda preciso escrever, no mínimo, umas seis.

Mas nãããão! Nasci com essa maldita persistência incrustada nas costas, ela pesa tanto que me deixa até corcunda. Que vontade de ser mais idiota, mais egoísta e mais decidida. Desejo absurdo de conseguir deixar as coisas pela metade, ser inconseqüente e negligente.

O texto era pra semana passada, e (porque eu adoro ser redundante) já passou! Por isso ele está inacabado e sem sentido, como meu ataque neurótico por pseudo-sobrecarga.
Não liguei pra minha mãe pedindo colo e não desisti de nada. Fui grossa com algumas pessoas, pra descontar minha raiva, mas sei que preciso atenuar esse meu defeito idiota. Por outro lado até me sinto bem, por saber que, apesar de achar todo mundo idiota, eu não sou superior a ninguém e consigo superar a idiotice do resto do mundo.

Estou aprendendo a não me cobrar tanto e, por enquanto, não tenho nem uma página escrita do meu TCC, mas tenho alguns vídeos engraçados do final de semana. É assim que tem que ser.

Como a Giu tava de olho no meu texto, enquanto eu escrevia (¬¬), sugeriu uma música do Metallica que se encaixa bem com as sensações daquele momento.

Então: "You only live once so take hold of the chance Don't end up like others the same song and dance".

Vídeo - Motorbreath, Metallica:
http://www.youtube.com/watch?v=srwee1Ai5YA&feature=related

sexta-feira, 18 de abril de 2008

"Your girl is lovely Hubble"

O assunto hoje é Hubble. Tudo porque eu sou fã de Sex and the city e em um episódio muito divertido (que você pode ver logo abaixo - é preciso ver o vídeo para entender o texto), o filme The way we were é comparado à situação da Ca-ca-ca-carrie. Hubble é também Mr. Big, que por sua vez, sem querer generalizar, mas já generalizando, representa bem o universo masculino.
Hubble não consegue ficar com Ka-ka-ka-katie porque ela é muito complicada - como não vi o filme, a única coisa que posso dizer é essa. Hubble termina com uma simples garota. E, assim como Mr. Big e o resto dos homens, tudo o que eles querem, não passa de uma simples garota. Ter alguém que pense, lute por algo e tenha vontade própria, não é lá muito interessante para os seres humanos com volume entre as pernas. Como as simples meninas, que aceitam tudo de boca fechada - ou para não perder, ou porque realmente não têm o que falar - sempre vão existir, é por elas que eles vão optar, é com elas que eles vão casar e ter filhos e elas serão as mulheres traídas, acomodadas e possivelmente infelizes.

Funciona sempre assim, a menina é difícil, tem sua vida tranquila e independente, até surgir um cara que goste de desafios para tentar domá-la. Se ela é domada, se torna uma simples garota e perde a graça. Se ela não é domada, ele prefere uma situação mais cômoda com uma simples garota. De qualquer maneira, a menina indomável, com cabelos rebeldes e vontade própria, sempre vai ficar sozinha.

Sabe o que eu penso? O mundo evoluiu, as mulheres evoluíram, conquistaram seu espaço, mas os homens teimam em não aceitar isso. Apesar das guerras com espadas estarem fora de moda há séculos, eles insistem que seus pintos são suas armas e continuam uma batalha infindável, tentando acertar a nossa bunda - pensando que vão atingir o cérebro.

E antes que venham as críticas: Sim, eu já fui uma garota indomável, que se transformou em uma simples garota por puro comodismo, só os cabelos é que continuaram rebeldes. Agora estou de volta ao estado selvagem (e alguns dizem que é o que há de melhor em mim) , sem disponibilidade para ser domesticada.

Sex and the city:
http://www.youtube.com/watch?v=FyuCwCN78lA

The way we were:
http://www.youtube.com/watch?v=v7ohTZm6RaA&feature=related

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O disfarce (quase) perfeito

Eu sou o disfarce quase perfeito. E já fui muito bem usada, pelos outros, por esta minha habilidade (vamos chamar assim, porque não achei palavra melhor). Você quer uma amiga legal, responsável, que sua mãe vai gostar, que seu pai vai dizer que é um exemplo, que vai dar aquele conselho que você quer ouvir? Sou eu!
Você quer uma namorada perfeita? Aquela que seus pais vão adorar, bem educadinha, limpinha, esforçada e quietinha? Essa sou eu!
Você quer uma filha perfeita, que vai te respeitar, ser independente, lutar pelo que quer, te honrar? It's me!
Você quer a funcionária perfeita, que vai executar as tarefas perfeitamente, fazer além do que você pede, sem reclamar e ainda gostar daquilo que faz? Aquiii!!!!!!!
A aluna perfeita? Que vai ouvir, ler, responder, questionar e até concordar com aquelas suas teorias malucas? Presente!
Ah! O que você quer é aquela menina legal pra fazer sexo de vez em quando, sem te cobrar nada e ainda fazer umas loucuras na cama, ou qualquer outro lugar? Eu sou ela, baby!

Se não fosse o quase, eu seria o disfarce perfeito para que você pudesse mostrar a todos que tem aquilo que sempre quis: a amiga legal, a namorada perfeita, a filha que você pediu a Deus, a funcionária ideal, a aluna mais dedicada e a amante mais quente. Mas aquela palavrinha maldita existe e por trás dela se esconde uma pessoa cheia de defeitos e, pasmem, vontade própria, que, apesar de tentar ser a pessoa perfeita pra você, também busca a perfeição pra ela. E quando ela tenta ser perfeita só pra ela, surta. Porque sendo a perfeição pra você, ela é imperfeição pra ela e, mesmo demonstrando estar feliz com tudo isso, ela nunca está satisfeita. Ela sempre quer mais e isso você - como amiga(o), namorado, pai, mãe, chefe, professor ou amante - não consegue ser. É uma coisa que só ela sente, só ela sabe, só ela consegue fazer.
E aí, quando ela é realmente perfeita, desnuda dos disfarces que usava pra te satisfazer, ela deixa de ser o disfarce perfeito pra você. Quando ela segue seu caminho, como e por onde quer, já não é mais a máscara perfeita para a sua fantasia, já não é mais a estátua no alto do seu pedestal e, quem cai, é você.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Eu sou tão grande que preciso me encolher pra caber no mundo

Descobri que meus textos são clichês, que não têm aquela leveza que leva a gente adiante, nem aquela coisa interessante e instigante que deixa o leitor curioso pelo que está por vir. Que pintar o teto é cansativo e que preciso urgentemente de uma atividade física. Aprendi que não podemos carregar o mundo nas costas, nem assumir responsabilidades que não temos certeza que conseguiremos cumprir. Aprendi que sou mais forte do que imaginava e que pode ser libertador apertar literalmente um botão de excluir.
Descobri que o nosso primeiro trauma é quando nos damos conta de que nossos pais não são perfeitos, que isso aconteceu há muito tempo atrás e eu só demorei muito tempo pra admitir. Outra coisa interessante é que a gente sempre busca um homem com as mesmas características dos nossos pais e isso é inconsciente - desculpa pai, você é um cara foda, meu lado racional, quem me diz as coisas mais certas nos momentos mais certos, mas tem seus belos defeitos e eu, definitivamente, não quero que o pai dos meus filhos adotivos seja como você. Eu realmente aprendi a difenrença entre alguém que conta pequenas mentiras e alguém que simplesmente não consegue falar a verdade.
Os últimos dias foram de muitas descobertas, desmitificações e desatrofiações. Estava tudo ali, na minha frente, tão claro e transparente e exatamente por isso eu fingia que não via porque é mais bonito dançar ao som de qualquer música, só porque ela está tocando, do que escrachar o mundo gritando insanidades e dizendo o que você realmente pensa de tudo.
Outra descoberta! Eu geralmente não falo o que penso (não falava)... e penso muito, de maneiras diferentes, sobre muitas coisas, mas até alguns dias atrás achava que era mais blasé guardar tudo pra mim, porque o fato de se passar por idiota, em frente à verdadeiros idiotas, pode ser algo realmente divertido. Mas, às vezes, tudo isso perde a graça e você percebe que de tanto se fazer de idiota estava quase virando uma, com risos incontidos em frases nem um pouco engraçadas, quando o pensamento já estava avançando para outros lugares e mundos e pessoas, muito mais divertidos, que conseguem realmente ser o que são, sem esconder o que pensam.
Eu cresci da maneira mais forçada possível, mais do que achava que poderia crescer um dia, mas ainda continuo com aquele velho problema de deitar na cama e perceber que não caibo no mundo, porque apesar de tantos lugares, tantas pessoas e risos e copos de cerveja, eu sou grande demais e poucas pessoas conseguem me abraçar por inteiro e me possuir completamente.