domingo, 28 de setembro de 2008

We got a thousand points of light
For the homeless man
We got a kinder, gentler,
Machine gun hand
We got department stores and toilet paper
Got styrofoam boxes for the ozone layer
Got a man of the people, says keep hope alive
Got fuel to burn, got roads to drive

Keep on rockin' in the free world

sábado, 27 de setembro de 2008

o que faz uma pessoa melhor, o medo ou a coragem?
o que vale mais a pena, arriscar - perder ou ganhar - ou se preservar e não sentir nem o gosto da vitória nem da derrota?
é melhor aquele que em nada pensa? é dar uma chance pro medo e outra pra coragem, arriscar ou não, perder ou ganhar, aceitar e seguir?

eu sofro demais pelos outros, eu leio a tristeza nos olhos e sempre acho que poderia ser diferente, que eu poderia ser diferente. e se eu tivesse continuado em Guarapuava, o que teria acontecido... eu estaria perto deles? hoje todo mundo é distância. o mundo é distância e a medida é a velocidade da luz. hoje não temos muros, apenas estradas por onde não podemos caminhar.
hoje seu rosto é macilento e seus olhos fundos, você sofre e eu absorvi seu sofrimento, como se pudesse aliviar a dor. eu tenho mania de sentir a dor dos outros, porque me acho mais resistente.
eu sofro até pela pequenez alheia, porque acho que deve ser tão triste ser pequeno e lá vou eu querer aliviar. deve ser alguma culpa, alguma maldade de uma vida passada que tento compensar.
você já se deu conta de que toda pessoa pequena e limitada descobre seu ponto fraco e tenta te usar como escada? por pura idiotice eu sempre viro escada. mas não era nada disso que eu queria falar. eu falava da dor que eu sinto como se fosse minha, porque eu, como parte de você, apesar de que eu sou metade feita de você, consigo penetrar na sua mente e entender o que cada olhar vazio e sorriso fingido quer dizer, eu entendo o que cada palavra calada quis expressar e isso retorce meu estômago, fisga a minha espinha, rouba o meu ar. você é tão grande e mesmo assim foi esmagado. não te vejo chorar desde a vez que você me fez tão mal, que eu retribui o mal em dobro e você, pra não me maltratar mais, juntou tudo e fez o mal pior pra você. mas como teu mal tinha intenção de bem e meu mal só queria nosso bem em dobro, as feridas cicatrizaram.

ainda bem que sempre que eu deito na cama, me dou conta que não caibo dentro de mim e que alguma coisa ainda cresce aqui.

Já diria Fernando Pessoa, tudo vale a pena se a alma não é pequena.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

momento de auto-piedade

Deita, chora, abraça o travesseiro. Um breve momento de auto-piedade. "Por que eu? O que eu fiz pra merecer?"
Ouve aquela música alta. Pensa, se olha no espelho, aprecia lágrimas salgadas.
Pensa, pensa e pensa. Não tem solução. O desespero não leva a lugar nenhum.
Senta. Chora.
Nem todos os caminhos são escolhas. Alguns, são imposição.
Lava a cara, põe um casaco, óculos de sol e segue em frente.
Pronto, passou!

sábado, 13 de setembro de 2008

Tragicomédia

Ontem foi o dia mais desastrado da minha vida. (Se alguém não sabe, eu sou exagerada)
Acordei muito feliz, mais tarde do que deveria e fiz um trajeto perfeito até a faculdade, ouvindo as músicas da vez. Mas foi na faculdade que tudo começou. Eu precisava pegar a fita e o relatório de reportagem, que estavam na redação, pra editar uma matéria. Mas a chave estava com uma aluna que, por sua vez, estava em aula e quando meti o cabeção pela porta ela tava apresentando trabalho. Ok! Perdi uns 45 minutos aí. Depois eu NÃO TINHA O RELATÓRIO DE REPORTAGEM! Liguei pro grupo e pedi. Mais uns 30 minutinhos.
Abro a janela da ilha de edição, sento em frente ao computador e penso: se ontem tinha gente usando essa câmera pra capturar a imagens, porque eu não posso usar hoje?
Essa reflexão tem fundamento no aviso do menino que estava editando antes: a câmera estava com problemas e eu até tinha emprestado outra pra colocar no lugar dela. Mas a preguiça é uma praga.
Ligo a câmera, coloco a fita, aperto o play e... não funciona! Pra melhorar a situação (já eram 10h) a maldita-câmera-desalmada comeu a fita. Simmmm, aquela coisa brilhosa e desmongolada pra fora me lembrou uma barriga estripada, que eu nunca vi. Logo, não pode ter me lembrado nada, muito menos render uma analogia significativa pro meu texto. Ainda bem que o Luis existe e em menos de dois minutos, puxando daqui e dali a fita ficou ok.
Mãsssss, a matéria tinha probleminhas técnicos que me deixaram na ilha até 12h20 sem que eu tivesse conseguido terminar. Teria que voltar à noite.
Da faculdade até o trabalho e enquanto fiquei vendendo meu tempo, não lembro de nenhum acontecimento de má sorte, a não ser minhas bananas para o lanche que se tornaram uma massa inconsumível.
De volta à faculdade, vt editado em pouco tempo, enquanto meus amigos me esperavam no bar, bebendo cervejas importadas e comendo brownie com sorvete. Mas logo eu estaria lá, caso... não tivesse entrado no ônibus errado.
Isso mesmo! Peguei o famoso falcão prateado, ou Inter 2, pro lugar errado. Fui parar no campus de Agrárias da Federal. No tubo, só eu e o cobrador que estava cochilando e que, depois de acordar por dois minutos, me garantiu que o último ônibus em direção ao terminal tinha demorado 40 minutos.

Ao telefone:
- Gente, peguei o ônibus errado. Desisto de mim hoje, acho que é um sinal. Melhor ir pra casa.
Do outro lado:
- Faz o seguinte, vai pra casa que a gente te pega lá!

E eu fui. O bar tava cheio, demoramos duas horas pra conseguir uma mesa de sinuca e eu encaçapei uma única bola. Voltei tarde, dormi pouco e, apesar de tudo que "deu errado", eu me diverti muito rindo da minha cara.
Cada acontecimento inesperado mostrou que não adianta planejar muita coisa e ficar nervosa com o que acaba não dando certo, tendo um desvio de percurso ou mudando de enfoque. Sabe aquela incerteza que dói no peito e ao mesmo tempo faz ele bater mais forte?

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

tem que ser assim

"Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinqüenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher."

Trecho do livro Carta a D., de André Gorz.
É lindo, você lê e chora. Coisa rara que não se encontra mais por aí, é o amor. Dizem que a gente não precisa procurar, ele nos encontra. To esperando, em meio a cigarros, cervejas e risos - nem falsos nem sinceros, só porque não têm motivo nenhum pra ser.

"Foi por amor que depois de quase 60 anos de casamento, o escritor e filósofo austríaco, radicado na França, André Gorz, resolveu aplicar uma injeção letal em si próprio e em Dorine, sua esposa, que descobriu-se portadora de uma doença degenerativa, a aracnoidite. E foi também por amor que André escreveu seu último livro, Carta a D., um elogio a um sentimento tão pouco comum em tempos de amores com prazo de validade. O casal foi encontrado dois dias depois do suicídio, em sua casa, abraçados na cama. E o calhamaço, escrito dois anos antes, entre os papéis do escritor. Apesar de trágico, o suicídio é bem positivo. No sentido de que André, aos 84 anos, simplesmente não queria começar uma nova vida sem Dorine. “Você é o essencial sem o qual todo o resto, importante apenas porque você existe, perderá o sentido e a importância”, ele escreve."

Tirei daqui: http://adm.revistatpm.com.br/conteudo.php?cat_id=156&materia_id=1637

beijos, me liga!


domingo, 7 de setembro de 2008

Coisas que não devo esquecer

Esse é o tipo de coisa pra você ler, às vezes, e pensar: "Caaaaraaa, eu sou o máximo!!!!".


"Não quero nem saber, acendo um cigarrinho pra pensar
Que meu passado foi pra nunca mais"


"Oi,

Eu estou escrevendo porque acho que algumas coisas têm que ser ditas, ou só porque eu estou tentando entendê-las e, talvez, me entender melhor também.

Sabe, pelo tempo que ficamos juntos e por tudo o que vivemos, todas as histórias tortas desde os 15 anos, eu esperava mais de nós dois, de você principalmente. Esperava que, como meu romantismo besta tentou combinar tantas vezes, quando a gente encontrasse outra pessoa, fossemos sinceros um com o outro, pra não manchar tudo o que tínhamos vivido até então e que, pelo menos na minha cabeça, não foi pouca coisa, nem tanta besteira e foi realmente intenso. Agora minha cabeça, em alguns momentos, gira a 1000 km/hora, pensando se eu não vivi tudo isso sozinha, ou só na minha cabeça. Mas eu não posso ser tão maluca assim, não sou, afinal.

Acho que ambos erramos, e muito. Mas acho que algumas coisas foram realmente injustas nesse percurso. Me corrija se eu estiver errada, mas eu sempre estive do seu lado quando você precisou, sempre fiz malabarismos no trabalho pra passar mais tempo com você, sempre te ouvi, tentei ajudar, mesmo que de uma maneira meio estabanada. Sempre perdoei, ou tentei perdoar as coisas estranhas que aconteciam. E quando eu mais precisei, quando estava frágil, ou insegura, você sempre pulou fora, nunca teve paciência o suficiente pra conseguir enfrentar o problema e para superarmos juntos. As pessoas erram, as pessoas merecem chances, e meu romantismo exagerado sempre me fez acreditar nisso.

Foi tanta coisa, tanta entrega, tantas coisas sobre mim que só você sabia. Tanta história, pra no final acontecer assim, da maneira que eu menos queria que acontecesse. Você não tem idéia do que senti, afinal, você nunca deve ter passado por isso: traições e mentiras e, sinceramente, eu não desejo que te aconteça, mesmo muito magoada.

Em todo esse tempo que ficamos juntos, eu nunca pensei em ficar com outro cara, nunca me aluguei pra outro cara e nunca dei abertura pra nenhuma cantada ou insinuação. Porque eu achava que você era o cara, a pessoa certa pra estar comigo, inteligente, que me fazia rir, que me ouvia e que me abraçava quando eu sentia frio ou medo, o encaixe perfeito de um amor que acredito que algum dia existiu.

Mas porra, por que você tinha que fazer assim? Por que não ligou e simplesmente falou que não dava mais, como da outra vez, eu ia ficar magoada, claro, porque eu te amava, achava que essas fases existiam, mas que o amor poderia superar tudo. Mais uma vez uma tola romântica.

Quando você falou que o celular tava estragado, me mandou foto do celular, com a tela de música, porque provavelmente estava sem chip, quando você falou que veio assistindo filme, e depois desconversou, eu saquei que tinha alguma coisa ali, mas precisava confirmar, porque queria, muito mesmo, estar errada. Mas não, ele estava lá, com as mensagens pra Tássia*. Por que meu Deus? Por que alguém faz isso?

Como você consegue conviver com a mentira, porque não é mais simples falar a verdade, você não vai parecer menos esperto ou inferior. Se uma coisa não lhe agrada é mais fácil falar do que sofrer com aquilo. E a desculpa de que eu sou transtornada, que iria me machucar, não cola, porque da outra vez, você terminou comigo por telefone, depois de ter me machucado, e quando você se arrependeu, lá estava eu, pronta pra perdoar e te aceitar de volta.

E mais uma vez você fez pior, dormiu comigo... Por quê? Você tem alguma explicação? E a mais estúpida ainda falou com você quando você estava mal, pra no outro dia, dizer que “precisava falar com alguém”. Por que não foi falar com a Tássia? Não era ela que você estava conhecendo, que você estava dividindo sua vida, desde não sei quanto tempo?

E se eu não tivesse descoberto o celular, você estaria comigo e com ela? Por quê? Por que as pessoas são assim? Por que elas conseguem pensar só nelas, ou não conseguem pensar? Como você consegue mentir tanto para os seus pais, eles fazem tudo por você, eles te dão tudo, eles cobram, porque querem o seu bem e o seu melhor. Como você consegue dormir com tudo isso?

Por que eu era uma neurótica? Por que cobrava? O que tem de mais? Numa relação existe cobrança, você tem que aceitar e se não aceita, por que não ter a dignidade e hombridade de por um ponto final antes que você mesmo saia mais machucado do que precisava.

Que não estava tudo perfeito, que a gente brigava é verdade, mas é comum, a gente morava longe, e assim como eu você também tinha suas inseguranças. Mas acho que em uma relação a gente tem que tentar entender e superar essas coisas. Com respeito e carinho a gente supera tudo, tenta compreender, melhorar e resolver. Eu realmente achava que a gente fosse capaz de tudo isso.

Eu também não queria que tudo terminasse assim, na verdade eu achava mesmo que não ia terminar. Mas a vida nos prega muitas peças e acho que faz parte do crescimento e amadurecimento. Hoje sei que sou uma pessoa muito mais forte e muito menos tola do que antes. Sei que em algum lugar existe alguém que vai agüentar minhas paranóias, com quem vou dividir meus sonhos, tristezas, alegrias, medos e inseguranças e vai me entender. Eu fiz tudo isso por você e você fez isso por mim?

Não estou querendo culpar, ou talvez esteja, porque a Tássia não recebeu mensagens sozinhas no celular, ela não se aproximou de você sozinha e nem deu abertura pra uma coisa assim. Você fez e você sabe disso muito melhor do que eu, ou talvez você simplesmente não sabia o que queria.

Estou escrevendo pra virar uma página, pra seguir a minha vida, porque acho que como uma pessoa importante na minha vida, você deveria saber de algumas coisas que estão passando pela minha cabeça. Também porque estou sentindo falta das conversas, não é fácil quando te tiram uma coisa tão importante assim, de uma maneira tão radical. Você já perdeu alguma vez? Acho que enquanto há sentimento e mágoa o melhor é manter distância, até esquecer, porque querendo ou não o tempo sempre ajuda, a vida muda, a gente conhece novas pessoas, novos lugares e um dia eu vou aceitar que nossos dias valeram a pena, valeram alguma coisa, mesmo apesar de tudo. Pra mim, afinal, valeram! Como posso responder só por mim, posso dizer que amei intensamente, cada minuto, cada centímetro, cada palavra, cada gesto e cada fio de cabelo, eu agüentaria perder tudo por você. Mas não posso responder por você.

Quero agradecer por tudo, pelo carinho, compreensão, paciência, ligações, força, viagens, loucuras, por tudo, mesmo. Acho que um dia vamos nos encontrar e dar risada de toda essa situação... ou talvez a gente seja uma daquelas pessoas que nunca mais vai se encontrar, que nunca mais vai se ver e a vida vai continuar. Me desculpe pelas palavras agressivas, pelas ameaças e agressões, no momento da raiva e incompreensão acho que isso é, no mínimo, normal.

Eu desejo e tenho certeza que você vai ser uma pessoa muito feliz, de muito sucesso e vai encontrar alguém, se já não encontrou, que vai dividir tudo isso, de quem você não vai esconder nada e pra quem você não vai mentir, vai poder ser você mesmo, sem máscaras.

Você pode achar tudo isso ridículo ou infantil, e pode não fazer nenhum sentido pra você, se você leu até aqui. Mas eu me sinto muito aliviada e feliz, porque sei que amei de verdade e aprendi muito. Talvez eu nunca mais volte a ser a mesma Aline ingênua, insegura e infantil mas, afinal, isso é bom.

Mais uma vez obrigada por tudo.

Não te desejo nada de mal e nunca desejei realmente.

Aline"

*Nome modificado para preservar a identidade da "vítima".

Mairon: "eu acho que pularia de uma ponte depois de ler isso.
nossa, eu me sentiria derrotadissimo, humilhadissimo"

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Instrumentos

"Eu toco minha guitarra
quando você não me toca"