segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

ME-DO!

Ontem minha sorte do dia, no orkut, dizia: comece a ler um livro hoje!
Eu comecei hoje, não o hoje do orkut, porque o hoje do orkut era ontem. hoje de hoje, de domingo, que já é segunda, porque já passou da meia-noite.
O livro escolhido foi "Crime e Castigo", do Dostoiévski. Eis que na primeira página do primeiro capítulo (como ando disléxica, juro que tinha escrito castigo no lugar de capítulo), encontro um questionamento que já vem me perturbando há algum tempo:

"É inacreditável que, quando tenho em mente um projeto tão arriscado, me preocupe com tais ninharias", pensava ele, com um sorriso singular. "Hum... sim... o homem tem tudo entre as mãos, e se deixa escapar tudo é porque tem medo... Isto é um axioma...é curioso: de que será que a gente tem mais medo? O que mais receamos é o que nos faz sair dos nossos hábitos. Mas estou por aqui a divagar e é por divagar tanto que não faço nada. É verdade que eu poderia alegar esta outra razão: é porque nada faço que divago tanto. Há um mês habituei-me a falar sozinho, encolhido a um canto durante dias inteiros, preocupado com ninharias. Vejamos, em que me vou meter? Serei capaz disso? Será isso sério? Não, isso não é sério. São brincadeiras que preocupam o meu espírito; simples brincadeiras".

É óbvio que eu não estou planejando um homicídio. Mas tenho me preocupado com ninharias e deixado o medo falar bem mais alto. É mais que medo, é um pavor! Vou sair de um hábito automático e criar outro, que pouco conheço. Horror, porque desconfio da minha capacidade, minha insegurança grita descontrolada, mesmo que eu tente amordaçá-la. Receosa porque é quase inimaginável que aquilo que eu desejei tanto, quase de maneira despercebida, vai acontecer.

PS.: Já escrevi sobre o medo que eu tenho, quando as coisas que eu quero acabam acontecendo. Para ler:
http://butterflieskiller.blogspot.com/2008/02/tudo-o-que-eu-quero.html

esqueci como coloca link =(

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Eu não sou engraçada, nunca consegui ser, e nunca serei.
Mas a vida é engraçada. Minha vida é engraçada. Mas eu nunca vou conseguir fazer alguém rir se eu escrever sobre tudo o que acontece na minha vida.
Hoje, eu só queria deixar isso registrado.
Essa minha vida é uma coisa muito louca.
E eu rio sozinha.

domingo, 7 de dezembro de 2008

convenções e contradições

Teve um esses dias, de uma amiga que eu amo. Não fui porque não pude, mesmo. Tava até o pescoço com as coisa do TCC e simplesmente não dava. Eu tinha que estabelecer um objetivo na vida e deixar de lado essa maluquice que tentava me impedir de terminar a faculdade(era um medo gigante de largar a vida de faculdade, depois de sete anos). Dessa vez não teve como. Eu tive que ir. Me senti a Carrie, do Sex and the city. Indo de táxi, sozinha, para um casamento. Eu ia encontrar alguns conhecidos e, afinal, sou uma mulher moderna e resolvida. Chegando lá, eu era a única solteira, sozinha e rodeada por casais felizes. Olhando tudo aquilo, minha amiga com o sorriso na orelha, me senti feliz por ela e por mim.
Foi o primeiro casamento de uma amiga. Eu achava que ia pensar: Meu Deus, minhas amigas estão casando e eu estou ficando pra titia.
Não foi nada disso! Eu tive certeza que nunca estarei numa situação dessas. Tá, falando assim, parece que eu acho ruim, mas ruim não é o adjetivo exato. Cada um pensa do jeito que quiser, tem sonho de fazer faculdade, casar, comprar seu apê e ter filhos.
Eu não! Há um bom tempo aliás. Lembro de uma conversa que tive com a minha mãe. Eu tava contando que meu então namorado tava querendo morar comigo. Ela perguntou o que eu achava e eu disse que não queria. Ela me olhou espantada e perguntou: Então o que você tá fazendo com ele? - Ué mãe, sexo. Depois de um olhar de censura e um pouco de risada, eu expliquei que quero muito mais da vida e que, morando com alguém aos vinte e poucos anos, minhas chances de fazer tudo o que eu quero seriam podadas, se não completamente, pelo menos pela metade. Expliquei que gostava dele, mas que meus sonhos iam muito além de casar e ter filhos. Não nego que eu gostava de estar com ele e achava que ia ficar com ele pra sempre. Mas aí, morar junto, assim, antes de ter feito tudo que eu tenha necessidade de fazer sozinha, já é demais. Eu preciso me conhecer muito melhor, encontrar meu equilíbrio, me amar mais, viajar mais, conhecer mais pessoas. Quero, sozinha, comprar meu apartamento, meu carro, viajar e ter meus dias sozinha em casa, tomando vinho e lendo um bom livro, sem roupa e quietinha.
Então aquele não era o momento. Agora eu vou parecer um pouco contraditória, mas é preciso lembrar que aquele não era o momento. Eu quero, sim, um dia, quem sabe, morar com alguém. Mas não quero casar. Casamento-convenção, na minha vida, sempre remeteu ao fracasso. Você pode julgar, dizendo que eu sou traumatizada porque o casamento dos meus pais não deu certo. Ok, esse pode ser um fator de influência, mas não é o único. Pra que casar? Gastar dinheiro, fazer uma cerimônia pra mostrar pra todo mundo que o amor dos dois é único o eterno. Eterno o caralho! Eu não vou prometer uma coisa que não sei se vou cumprir, nem ouvir uma coisa que não sei se o cara vai poder cumprir. Não boto minha mão no fogo por ninguém, também.
Quando eu for morar com alguém, vai ser porque eu quero estar ali e porque eu sinto que a pessoa realmente me quer do lado dela. Enquanto esse sentimento durar eu fico por lá. Quando eu perceber que o sentimento está dando espaço à posse ou ao hábito, eu faço minha trouxa e vou embora. É por isso, porque o amor só existe quando duas pessoas se doam, completamente, que eu não preciso provar nada pra ninguém nem fazer juramento nenhum. E porque eu entendo que um dia ou outro as coisas podem mudar, tudo muda, o tempo todo, até as convenções. Minha mãe vê de um jeito, eu vejo de outro, mas respeito muito o que ela pensa. O que os outro pensam sobre isso também, que fique bem claro.
Se prestarmos um pouco mais de atenção, nem tudo é tão sofrido quanto a gente pensa, talvez a gente até acabe tornando tudo mais sofrido do que deveria ser. O que eu realmente quero dizer é que, sofrer, meu bem, não é tão ruim assim.

No final, me senti muito bem por estar ali, vendo minha amiga realizar o seu sonho, sozinha e com toda a independência pra sair de lá e ir pra outra festa encontrar, outros amigos e conhecer novas pessoas.

Merece:

Soneto de fidelidade - Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Uma madrugada de sexta...

... uma conversa no Gtalk

amanda: VOU NO RADIOHEAD OMG MORRI
eu: to sem sono e nao tenho cigarro
amanda: VC IGNOROU COMPLETAMENTE O QUE EU DISSE?
Nova mensagem de status de amanda - RADIOHEAD EU VOU OMG 00:28
eu: hahahaha
ah meu so mó ignorante musical
nunca ouvi muito radiohead véi
amanda: MEU
MEU
MEU
MEU
RADIOHEAD NO BRASIL
EM MARÇO
EM SAO PAULO
E EU VOU
eu: quero um cigarro
amanda: cala a boca e me escuta
hauheuahueha
RADIOHEAD
BRASIL
EU
VOU
auheuhauehuahuea
eu: to escutando, q coisa mais unilatereal
ditatorial
amanda: mas mas mas mas mas mas é RADIOHEAD
eu: joga um cigarro da janela q eu vou buscar
amanda: thom yorke vai me ensinar a dançar que nem o charme chulo
quer mesmo?
chega ai
eu: JURA? avisa qdo eu puder sair
amanda: uahheuha desce aí
eu: to indo =0
joga 2
hahahaa
Enviado às 00:33 de sexta-feira

Uma louca. Descabelada. No centro da cidade. No meio da rua. Olhando para o alto. esperando uma chuva de cigarros.

eu: masssaaaa hahaha =)
Enviado às 00:38 de sexta-feira
eu: aiai
amanda: ãiãi
amanda: lãuca


Coisas simples, assim, me deixam mais feliz.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

astro girl

Eu dançava brega, bebendo cerveja na garrafa de 600 ml. Minha maquiagem tava borrada, meu cabelo despenteado. Eu já tinha chorado e mandado mensagem pra quem não devia - bêbado com celular é uma bosta.
Do nada ele me puxou pela mão e me levou pro balcão do bar. Pediu uma água (pra mim, hehe). Conversamos um pouco, fiz perguntar bestas como: por que um homem trai uma mulher?
Ele me deu três respostas prováveis. As mais verdadeiras e sinceras que ouvi até hoje.
Eu deixei ele ali. Voltei três minutos depois. Beijei. Passei meu telefone e fui embora, de novo.
No outro dia meu telefone tocou. E no outro. E no final de uma tarde de domingo gostosa. E numa madrugada que eu não pude sair, a voz embriagada do outro lado disse:
- Viu só! Você não quis sair comigo e agora tô bêbado. Te amo!
Era tão espontâneo e sincero e tão massa. Eu era tão eu, mas ficava cega nos momentos em que não devia.
Até que um dia, num ato de auto-boicote, virei uma astronauta. Uma astronauta idiota e com pouco oxigênio.
Agora tô fora de órbita até sei lá quando. Mas o negócio é que eu gosto de extra-terrestres.