sábado, 4 de outubro de 2008

Você sempre pode pensar que já viveu muita coisa nessa vida e que, dificilmente, alguma coisa irá te surpreender. Você acredita nas pessoas, ou ainda tenta acreditar, tenta jogar fora aquela preguiça toda que invarialmente faz você pensar que levantar da sua cama e ser simpática e amável, é desperdiçar seu tempo. Mesmo porque, é com o tempo, que você percebe que tudo e todos cansam tanto, e você já está apática. O piloto automático está ligado! Você ri amarelo mesmo, não ouve o que te falam porque na maioria das vezes o que se fala, entende ou pensa, é egoísmo e narcisismo. Aquela desculpa que você dava pra você, pelo outros, de que era involuntário, já não funciona mais.
Você vê o mundo com outros olhos e todos rastejam. Todo mundo é sujo, cheira mal e lambe o chão. É triste pensar um mundo assim. Mas é assim que eu vejo hoje. A chuva já não limpa as almas... não mais. É cruel, mas ao ponto que chegamos, acho que todos precisariam morrer, assim, uma nova espécie surgiria. Os novos habitantes da terra poderiam até rastejar, mas não como rastejamos hoje, não sem nenhuma dignidade ou escrúpulo, não para passar rasteiras, não para cheirar os rabos, não para rebaixar o que somos.
As almas seriam renovadas, o cheiro seria de flores, as intenções seriam boas, a solidariedade uma premissa para a sobrevivência e não uma estratégia para a trapaça, a humilhação e,  para o êxito individual (sujo e sórdido - é preciso ser redundante).
É tanta sujeira que a única coisa boa que temos, o amor, não é valorizado. Os seres rastejantes sempre dão um jeito de envenená-lo. Era pra ser tudo fácil, limpo, cheiroso, luminoso, simples, elevado... e escolheram o chão. Hoje nos esfregamos no esgoto e parecemos gostar.

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