terça-feira, 8 de abril de 2008

Eu sou tão grande que preciso me encolher pra caber no mundo

Descobri que meus textos são clichês, que não têm aquela leveza que leva a gente adiante, nem aquela coisa interessante e instigante que deixa o leitor curioso pelo que está por vir. Que pintar o teto é cansativo e que preciso urgentemente de uma atividade física. Aprendi que não podemos carregar o mundo nas costas, nem assumir responsabilidades que não temos certeza que conseguiremos cumprir. Aprendi que sou mais forte do que imaginava e que pode ser libertador apertar literalmente um botão de excluir.
Descobri que o nosso primeiro trauma é quando nos damos conta de que nossos pais não são perfeitos, que isso aconteceu há muito tempo atrás e eu só demorei muito tempo pra admitir. Outra coisa interessante é que a gente sempre busca um homem com as mesmas características dos nossos pais e isso é inconsciente - desculpa pai, você é um cara foda, meu lado racional, quem me diz as coisas mais certas nos momentos mais certos, mas tem seus belos defeitos e eu, definitivamente, não quero que o pai dos meus filhos adotivos seja como você. Eu realmente aprendi a difenrença entre alguém que conta pequenas mentiras e alguém que simplesmente não consegue falar a verdade.
Os últimos dias foram de muitas descobertas, desmitificações e desatrofiações. Estava tudo ali, na minha frente, tão claro e transparente e exatamente por isso eu fingia que não via porque é mais bonito dançar ao som de qualquer música, só porque ela está tocando, do que escrachar o mundo gritando insanidades e dizendo o que você realmente pensa de tudo.
Outra descoberta! Eu geralmente não falo o que penso (não falava)... e penso muito, de maneiras diferentes, sobre muitas coisas, mas até alguns dias atrás achava que era mais blasé guardar tudo pra mim, porque o fato de se passar por idiota, em frente à verdadeiros idiotas, pode ser algo realmente divertido. Mas, às vezes, tudo isso perde a graça e você percebe que de tanto se fazer de idiota estava quase virando uma, com risos incontidos em frases nem um pouco engraçadas, quando o pensamento já estava avançando para outros lugares e mundos e pessoas, muito mais divertidos, que conseguem realmente ser o que são, sem esconder o que pensam.
Eu cresci da maneira mais forçada possível, mais do que achava que poderia crescer um dia, mas ainda continuo com aquele velho problema de deitar na cama e perceber que não caibo no mundo, porque apesar de tantos lugares, tantas pessoas e risos e copos de cerveja, eu sou grande demais e poucas pessoas conseguem me abraçar por inteiro e me possuir completamente.

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