quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Zen-Budismo

"Quando nos deparamos com o sofrimento humano, é mais importante agir com compaixão do que questionar a posição política daqueles a quem estamos ajudando." (Dalai Lama, O Livro de Dias, Sextante)

Eu comecei há pouco tempo. Foi uma mistura de curiosidade e necessidade. Já fui católica por imposição, era criança e até gostava, mas nunca consegui me encontrar. Participei de retiros na igreja presbiteriana. Também fui em centros espíritas. Mas nada me completava, não me sentia uma pessoa melhor.

Até que dia desses resolvi conhecer o Zen-Budismo. Cheguei, tirei os sapatos, sentei desajeitada no zafu (uma almofadinha preta e redonda, com uma fitinha branca pra marcar a posição), não consegui fazer a posição certa com as pernas. O monge disse que é normal, mas logo acostuma. Fiquei ali, 40 minutos meditando. Tinha que me concentrar na respiração, olhar em um ângulo de 45º, com os olhos semi-cerrados, sem me concentrar em nenhum objeto específico. Ficar ali e contemplar os pensamentos, sem julgá-los. E como isso é difícil. Julgamos tudo, o tempo todo.
É tão difícil controlar os pensamentos, só contemplar, como em um espelho. Aí vem a dor, o desconforto. Então você levanta e anda, meditando. Meio passo a cada respiração completa, por mais 40 minutos. Senta, posiciona, coluna ereta, respiração abdominal, olhando pra nada, e os pensamentos voando, você brigando pra não julgar.
Todo mundo se reúne, toma chá e conversa. O monge explica algumas coisas, tira dúvidas.
Tudo na vida tem sofrimento, precisamos aprender como não deixar fatores externos interferirem em nosso equilíbrio. Como é difícil.
Sabe o que é mais legal, o Zen-Budismo não diz o que você deve ou não deve fazer. Tem seus rituais, é preciso respeitar. Mas é só você, durante o Zazen, conhecendo, contemplando. Encontramos nosso equilíbrio sozinhos, ninguém nos diz o que fazer ou o que não fazer, o que é pecado e o que não é, se vamos para o céu ou para o inferno. É encontrar agora, aqui, durante a vida, nosso equilíbrio. É nos tornarmos pessoas melhores, mais criativas, mais atenciosas, mais solidárias e, porque não, mais humanas.
No meu segundo dia, foi tão difícil, eu senti tanta dor. Não conseguia me concentrar em nada, não consegui ficar parada. Mas foi um aprendizado tão grande, sobre limites, sobre a necessidade que todo mundo tem de parar por algumas horas e contemplar sua vida. Quem faz isso hoje? Quem para? Quem se importa? Quem dá atenção?
A conversa com o monge, dessa vez, foi sobre ego. Eu tinha uma idéia totalmente errônea sobre o ego, nem vou explicar porque dá vergonha. Ele explicou que nosso ego é feto de lembranças. Por meio delas traduzimos o mundo a nossa volta. Se uma pessoa faz uma sacanagem um vez com você, ela será pra sempre sacana. Mas ela não é aquela sacanagem, ela é mais e ela pode mudar. Por que não? Sem querer vamos criando nosso mundo, de acordo com nossas percepções que, na maioria das vezes, não são reais. Então, fodeu tudo. É preciso destruir nosso ego. É preciso transcender.
Eu me encontrei e aguardo ansiosa pelas duas horas semanais que passo na Praça do Japão, meditando.

Pode ser que eu tenha falado alguma besteira, mas ainda tenho muito o que aprender e tenho vontade disso, talvez o mais importante de tudo. Para saber mais, clique aqui.

Um comentário:

mau disse...

Oi amiga, primeiramente antes que eu me esqueça, tem um erro de digitação em "um vez com você"

Segundo, parabéns pelo seu texto e poxa mesmo que tenha alguma colocação que não seja correta me parece bem interessante.

Terceiro, que horas é o encontro??

Um abraço