Eu sou como um rascunho sem cor. Um desenho de um artista amador guardado no fundo de uma gaveta mofada. Às vezes ele abre a gaveta e pensa em melhorar um pouco as formas. Mas por mais cores que eu ganhe, por mais que as linhas do rabisco sejam completadas, eu nunca passo de um rascunho inacabado e sem cor, no fundo de uma gaveta cheirando a mofo.
Ele usou tinta. Pintou num papel canson. A folha absorve a tinta, mas nunca perde a essência das primeiras linhas pinceladas. Um desenho sem relevo. Nem bonito nem feio, tampouco, genial ou estúpido. Não impressiona. Pode até prender o olhar por milésimos de segundo, mas é logo esquecido. Não possui traços marcantes. São pinceladas desleixadas, como se o autor estivesse pegando no sono e deixasse o pincel cair despreocupado sobre o papel. Disforme. Sem conceitos e sem correntes.
Um desenho limitado àquele pedaço retangular e que, ao mesmo tempo, não se encaixa a ele.
Meu nome não é Luciana
Há 4 anos
4 comentários:
Parando de analisar o mundo por esta ótica existencialista e onde tudo tem de ter um motivo, e do meu egocentrismo dentro da literatura e para a vida.
Diria que seu texto é uma bela definição de si mesma. Bela pela sinceridade e/ou bela pela explosão furiosa que ele demonstra.
não combina nem um pouco com você essa definição.
meu rascunho está longe de ser uma obra de arte.
apesar de tudo é bom.
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